Na primeira etapa do projeto, os professores do projeto cadastraram os alunos selecionados pelos professores da rede que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem. Para isso, os professores foram capacitados para colher as informações da Anamnese (cujo conteúdo está descrito no Anexo Anamnese) junto às mães dessas crianças. Preencheram, para isso, um formulário no Portal Enscer com as informações pertinentes acerca da Gestação, Primeira Infância e Antecedentes Familiares fornecidas pelas mães ou responsáveis pelas crianças.
A obtenção dos dados de anamnese depende da disponibilidade da mãe ou responsável em comparecer à escola. Devido a essa limitação, obteve-se, até o momento, os dados de anamnese de 103 crianças das 450 indicadas pelas professoras das 4 escolhas.
Na segunda etapa, os professores foram capacitados no uso do Sistema ENSCER® e treinados na aplicação do protocolo de Avaliação Pedagógica para caracterização da capacidade de compreensão e leitura do Português e da capacidade de quantificação e cálculo numérico dessas crianças com o uso do software Aprendendo com Juca e Laura do Projeto Enscer. O protocolo utilizado foi desenvolvido pela equipe de pesquisadores do projeto e encontra-se descrito no Anexo Avaliação Pedagógica.
Realizou-se a avaliação das 450 crianças indicadas pelas professoras como portadoras de dificuldades de aprendizagem e de outras 100 crianças, escolhidas aleatoriamente, nas mesmas classes, porém sem indicação de distúrbios de aprendizagem. Nesse relatório nos referiremos às primeiras crianças como crianças do grupo DA (Dificuldade de Aprendizagem) e às segundas como crianças do grupo NO (Normais).
Os dados da avaliação pedagógica foram analisados pelos coordenadores do projeto e utilizados para organizar as Classes de Atendimento. Essas classes são compostas por alunos do grupo DA com desenvolvimentos cognitivos semelhantes. Em cada escola criou-se classes com 4 níveis diferentes para desenvolvimento da linguagem e 4 níveis diferentes para desenvolvimento da matemática.
Iniciou-se, o registro do Eletroencefalograma (EEG) de crianças DA e NO enquanto realizavam atividades do sistema ENSCER® semelhantes às utilizadas para Avaliação Pedagógica (Fig. 1).
Utiliza-se dois computadores conectados em rede para realização da Avaliação Cognitiva Cerebral. Um dos computadores apresenta as atividades pedagógicas que a criança deve realizar e o outro adquire os dados eletroencefalográficos correspondentes. Para cada tipo de atividade e para cada grupo experimental, são gerados dois tipos de mapas (veja métodos na proposta original ou veja uma simulação do processo em http://www.enscer.com/parceiros/mogi/fapesp/relatorio):
1) Mapas Cognitivos Cerebrais de Regressão (MCCR): construídos
a partir da análise de regressão múltipla entre o Tempo
de Resposta (RT) e a entropia da correlação entre a atividade
elétrica registrada por cada eletrodo e a atividade registrada pelos
outros 19 eletrodos do sistema 10/20;
2) Mapas Cognitivos Cerebrais Fatoriais (MCCF): construídos a partir
da Análise Multifatorial da entropia de correlação calculada
para cada eletrodo.
A base de dados de Avaliação Cognitiva é composta, para cada aluno, de seus dados de identificação, das atividades realizadas, dos acertos e erros cometidos, dos tempos de resposta para cada atividade e dos valores de entropia de correlação calculados para cada atividade e para cada um dos 20 eletrodos utilizados.
Iniciou-se a análise dos dados das Bases de Dados de Anamnese, Avaliação Pedagógica e Avaliação Neurocognitiva. Os resultados dessa análise inicial estão descritos abaixo. Essa análise fornecerá informações básicas para o desenvolvimento do Sistema Inteligente de Caracterização da Criança Portadora de Deficiências de Aprendizagem, que será desenvolvido na segunda fase desse projeto.
Iniciou-se o uso do ENSCER® como ferramenta de apoio para o ensino de Língua Portuguesa e Aritmética das crianças do grupo DA. Os resultados desse estudo serão discutidos no relatório final.